Em meu quarto.

Não sou capaz de ser amado...
Nessa escuridão que me guardo, abraço-me ao vazio de minha existência, sofro por não saber ludibriar-me. Ainda estou preso em meu circo, sem limites para minhas lastimáveis aberturas, certamente horrendas.

Não sou o anjo de seu Deus, nem ao menos de um deus. Estou no frio de meu quarto, estou a sós nessa pequena e fria dor, cauterizando minha simples vida na ilusão da noite. Que trás há meu peito a luxuria da vida, sendo menos dor e mais hipocrisia.

Somos de uma distinta vertigem de tempo. Não me maltrato por está aqui, hoje. Não sou um ser póstumo, não sou um ser especialmente clamado. Não sou um deus!

Tenho ao menos motivos em mãos, meus próprios motivos. Entre valores eu luto para por os meus a cima de todos, não entendo o porquê de sentir-me vivo nessa pequena escuridão que me cerca por vez, em minha triste imaturidade.

Bebo, trago, embriago-me, sinto e novamente me volta a lúcida visão viva da vida!

(Bruno Rodrigues)

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