Sonho II
Acordei
atordoado
Rebusquei-me
longe para sentir o fresco da janela
Tive o melhor
sonho infringindo-me a alma
-Ah, se meus
olhos pudessem cantar
Tirariam
lágrimas, felizes, do auditório inteiro –
A culpa
acredito eu, foi dormir depois de ouvir sua voz
Surrupiando
meus densos sonhos aquáticos
Ouvir o
tiritar das suas cordas vocais
Misturando um
mar de cores suaves no céu escuro das minhas pálpebras
Imaginar suas
caras e bocas
Mescladas ao
vento
E ao movimento
De tuas mãos
De teus
cabelos
Imaginar até o
nascituro da chamada telefônica
Me eleva a
bonança do catarse que irei costurar ao meu corpo
O sorriso que
ostento, deitado, com as mãos por trás da cabeça
Harmoniza com
o brilho do sol, as folhas caídas,
Os pássaros a
solta, os risos do dia,
As singulares
invariáveis e aos dedos que guiam
Para sua mão
segurar.
O sorriso que
carregarei durante dias
São de total
culpa sua.
- Bruno Rodrigues -
Comentários
Postar um comentário