Agora sou um homem em chamas



Eu que nasci tarde
em uma tarde desoladora
Não imaginava abandonar
a minha morte
em lagrimas
sem flores

Agora vou de encontro
a um novo caminho
também escuro
Com a mão firme
entrelaçada
ao diabo

Tocam trombetas purgatórias
Tocam foles desafinados

Que R. tenha fome por dor
Que R. não tenha medo de arriscar
o braço
a
heroína

R. corre com o corpo em chamas
Sobe em prédios zumbindo harmônicas
E vê pontos em chamas
São tochas, humanos sãos tochas!

O vômito lisérgico voluptuoso
serve de lubrificante
para um caralho descer
garganta a baixo
Sufocante
prazeroso

R. sente a chama dos gargalos dos mortos
Eles, transparentes, tornavam cervejas
e seios

E seus narizes embotados
de drogas
E os seus ouvidos
delirante em mona de disonancia

R.
R.
R.
O prazer não está a nossa volta
Não vejo meretrizes ou atrizes
ou chamas, ou partos, ou maconha,
ou labaredas, ou homens, ou xamãs,
ou veneno, ou cocaína, ou a sua propria sombra.

R.
Só consigo enxergar nosso futuro
Como ficaremos longe dos peitos gozados
que abandonamos?
Iremos seguir sem os anus
sujos?
Perderemos os nossos braços
ao prazer da sutura
do agora?

R.
Não consigo para de imaginar
Toda sua garganta
Ensanguentar e tornar-se totalmente nua
na chuva.

( um dia irei corrigir as pontuações. )
- R.

- Bruno Rodrigues -

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